27 março, 2008

.............Memórias de um acervo

O acervo abre alas do Museu da casa Brasileira, apresenta 53 objetos restaurados além de novas obras recentemente incorporados ao acervo, entre eles estão em exibição verdadeiros ícones do design brasileiro: A poltrona Mole (1957 - de Sergio Rodrigues), a cadeira Paulistano (1957 - de Paulo Mendes da Rocha), a cadeira Girafa (1987 - de Lina Bo Bardi}, o carrinho de chá Nômade (1993 - de Claudia Moreira Salles), a poltrona Pelicano (de Michel Arnoult), e um bar de José Zanine Caldas (da Móveis Artísticos Z), entre outros.

Uma ampla reforma na exposição criou uma sala contínua, permitindo um aumento do número de peças expostas da ordem de 70% em relação à antiga situação, mais circulação, melhor acomodação dos grupos de visitantes, maior fluidez e melhor iluminação.

A amostra dispõe de: Móveis de guarda, descanso, repouso, utilidade, quadros e objetos de decoração, em diversos suportes (madeira, couro, tecido, cristal e marfim) passaram por intervenções de higienização, colagem de elementos decorativos e estruturais e troca de palhinhas e tecidos dos assentos.

A exposição busca valorizar o traçado original da planta dos banheiros e dormitórios, apresentando cada grupo por função, em recortes baseados nos verbos cozinhar, dormir, guardar, ouvir, rezar, sentar, servir. A única coisa intrigante é não poder retratar todas os âmbitos do acervo, parte é restrita á captações de imagens.

***Seguem algumas fotos que retratam anos de cuidados***


Armário de carvalho – Séc XVII - Portugal
Feito de carvalho, este móvel tem elementos decorativos entalhados próprios do estilo Renascença. O armário herdou a função da arca devido às vantagens que suas prateleiras apresentam para a guarda de documentos, louças, objetos e, mais tarde, para a guarda de roupas.



Oratório D. Maria I – Séc XVIII - Brasil
Com frontão no estilo D. Maria I, tem portas marchetadas em duas seqüências de faixas que se integram simetricamente entre retas e arcos. O interior é pintado em azul. O corpo central, construído em cedro, tem rica ornamentação em jacarandá-da-baía, o que lhe confere sofisticação de detalhes.


Rede – Séc XIX – Sorocaba
Em algodão fiado lavrado em cores, esta peça sorocabana tem dois punhos de cada lado, o que possibilita várias montagens. Suspendendo-se uma lateral mais alta que a outra, a rede forma uma espécie de poltrona. Com os punhos amarrados em altura baixa e lados tensionados, parece uma cama.

Espineta - Séc XIX - Inglaterra
A espineta é um instrumento de percussão a martelo, com teclado de seis oitavas e cordas em harpa simples. De mogno e jacarandá, este exemplar é montado sobre seis pernas com rodízios de metal. Na faixa logo abaixo do instrumento, encabeçando cada perna, há um quadrado em bronze com rosetas, que nas laterais apresentam a coroa imperial encimando a insígnia P I (D. Pedro I).

Poltrona Art Déco - Séc XX – São Paulo / Doação: Carlos Lemos e Ernani Silva Bruno
De volumetria sólida, esta poltrona é constituída de linhas geométricas puras. As laterais são dois semicírculos em formato radial, que apóiam as almofadas cúbicas. A condensação de formas “esconde” sua estrutura, como se observa no estofamento do assento e do espaldar. Sua linguagem se filia ao movimento Art Déco; transcende-0, no entanto, por seu desenho incomum.
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“(...) são fiéis, as coisas de teu escritório. A caneta velha. Recusas-te a trocá-la pela que encerra o último segredo químico, a tinta imortal. Certas manchas na mesa, que não sabes se o tempo, se a madeiram, se o pó trouxeram contigo.
Bem a conheces, tua mesa”.

(Carlos Drummond de Andrade “Indicações”)
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